terça-feira, 11 de março de 2008

Mais Walt Whitman

"Acredito em ti, minha alma, o outro que eu sou não deve se degradar diante de ti,
E tu não deves te degradar diante do outro.

Vadia comigo sobre a relva, solta a trava de tua garganta,
Nem palavras, nem música ou rima eu quero, nem costumes ou sermões,
Nem que sejam os melhores,

Gosto apenas da calmaria, do murmúrio de tua voz valvulada."

Trecho de "Canção de mim mesmo", Walt Whitman.

domingo, 9 de março de 2008

Ando ouvido... e me inspirando!

Há músicas, filmes e eventos dos mais diversos que se passam repetidas vezes até que se esteja pronto para de fato percebe-los em toda sua magnitude.

Fiquem com a letra de:

Watching the wheels
John Lennon

People say I'm crazy doing what I'm doing

Well they give me all kinds of warnings to save me from ruin

When I say that I'm o.k. well they look at me kind of strange

Surely you're not happy now you no longer play the game


People say I'm lazy dreaming my life away

Well they give me all kinds of advice designed to enlighten me

When I tell them that I'm doing fine watching shadows on the wall

Don't you miss the big time boy you're no longer on the ball



I'm just sitting here watching the wheels go round and round

I really love to watch them roll

No longer riding on the merry-go-round

I just had to let it go


Ah, people asks me questions lost in confusion

Well I tell them there's no problem, only solutions

Well they shake their heads and they look at me as if I've lost my mind

I tell them there's no hurry
I'm just sitting here doing time


I'm just sitting here watching the wheels go round and round
I really love to watch them roll

No longer riding on the merry-go-round
I just had to let it go

I just had to let it go

I just had to let it go

Cliquem aqui para assistir no You Tube.
Que tenham boas inspirações!
Pepe



quarta-feira, 5 de março de 2008

Lembranças oportunas - Nuvem Passageira

Por umas dessas coisas inexplicáveis,  independentes de nossas vontades e regramentos, lembrei-me desta música que ouvia na infância
Nuvem passageira- Hermes de Aquino

Eu sou nuvem passageira
Que com o vento se vai
Eu sou como um cristal bonito

Que se quebra quando cai



Não adianta escrever meu nome numa pedra

Pois esta pedra em pó vai se transformar
Você não vê que a vida corre contra o tempo

Sou um castelo de areia na beira do mar



A lua cheia convida para um longo beijo

Mas o relógio te cobra o dia de amanhã
Estou sozinho, perdido e louco no meu leito

E a namorada analisada por sobre o divã



Por isso agora o que eu quero é dançar na chuva

Não quero nem saber de me fazer, ou me matar
Eu vou deixar em dia a vida e a minha energia

Sou um castelo de areia na beira do mar


Veja o vídeo no YouTube.

sábado, 1 de março de 2008

Ando lendo...

Ando lendo A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera (Ed. Nova Fronteira-1985) e quero compartilhar este trecho que me pareceu ser valioso. Espero encontrar outros desse calibre até o final do livro.

"Num passado remoto, o homem deve ter ouvido com assombro o som de batidas regulares que vinham do fundo de seu peito, sem conseguir saber o que seria aquilo. Não podia identificar-se com um corpo, essa coisa tão estranha e desconhecida. O corpo era uma gaiola e dentro dela, dissimulada, estava qualquer coisa que olhava, escutava, tinha medo, pensava e espantava-se; essa coisa qualquer, essa coisa que subsistia, deduzido o corpo, era a alma.
Hoje, é claro, o corpo deixou de ser um mistério, sabemos que o que bate no peito é o coração, o nariz nada mais é que a extremidade de um cano que avança para poder levar oxigênio aos pulmões. O rosto nada mais é que o painel onde terminam todos os mecanismos físicos: a digestão, a visão, a audição, a respiração, a reflexão.
Depois que o homem aprendeu a dar nome a todas as partes de seu corpo, esse corpo inquieta menos. Atualmente, cada um de nós sabe que a alma nada mais é que a atividade da  matéria cinzenta do cérebro. A dualidade da alma e do corpo estava dissimulada por termos científicos; hoje, isso é um preconceito fora de moda que só nos faz rir.
Mas basta amar loucamente e ouvir o ruído dos intestinos para que a unidade da alma e do corpo, ilusão lírica da era científica, imediatamente se desfaça."

Dá vontade de ler e reler, não é? Se você viu o filme, não deixe de ler o livro. Fácil de encontrar, inclusive em sebos.
Pepe